sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Crítica á Joanna Spear - Arms and Arms Control



Spear, uma especialista em assuntos internacionais, diretora da Elliott, uma escola de estudos políticos, ao falar sobre segurança internacional pós guerra fria, afirma que a corrida armamentista foi necessária para promover um novo conceito para a segurança coletiva internacional e para a regulamentação da queda de braços entre os Estados. A proposta de controle de armas tinha como princípio a coexistência pacífica dos Estados em uma nova ordem mundial, agora multipolar.
Proliferação de armas é um assunto atualmente muito discutido na agenda internacional, pois esta idéia de diminuição do armamento nuclear promoveu a idéia de monopólio coletivo do poder bélico internacional. De acordo com Spear, este monopólio de segurança estaria no poder das superpotências e dos membros do conselho de segurança, pois estes tinham a permissão do uso da força para a resolução de conflitos internacionais. Os esforços para conter o avanço dos armamentos nucleares ocorrem porque o crescimento destes por meio de indústrias bélicas e a fabricação de armas de destruição em massa, geram o desequilíbrio e a insegurança para o sistema internacional. Contudo, há uma contradição neste ponto, pois alguns dos conflitos ocorridos no pós Guerra Fria foram alimentados por armas comuns (pequeno porte).
Um dos fatores que fazem com que o empenho dos Estados em políticas de desarmamento nuclear seja ineficaz é devido ao choque de interesses entre as políticas de segurança internacional e os lucros que geram a venda de armas de destruição em massa.
Com o fim da Guerra Fria e o modelo de segurança coletiva, diminuiu relativamente a possibilidade de haver um conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética, mas estes continuavam sendo os maiores detentores de armamento nuclear, e devido a este fato ficou muito difícil acreditar que esta relativa paz era possível. Como explica Spear, com a nova ordem mundial, para os Estados detentores desse tipo de armamento, a proliferação deveria acontecer apenas na forma vertical, somente para aprimorar o armamento já existente, já a proliferação em escala horizontal, ou seja, aquisição ou aumento do estoque de armas por parte dos Estados deveria ser contida.
Logo, a questão central é a importância que as armas nucleares têm em garantir a soberania dos Estados e a segurança internacional e se agora no século XXI o gerenciamento de controle de armas ainda pode ajudar prevenindo os conflitos e promovendo canais de comunicação entre os Estados. De um lado temos as superpotências, detentoras das armas de destruição em massa, e de outro lado, Estados inseguros procurando adquirir armas para se protegerem. Devido a insegurança do sistema internacional, este ciclo nunca vai acabar, os Estados que se sentem ameaçados devido a algum acontecimento relevante, para garantirem sua segurança e sua soberania irão cada vez mais aumentar seu poderio bélico. É possível dizer que hoje não existe um órgão internacional capaz de fazer um controle de armas, e se existisse seria falho, alem de aumentar o contrabando de armas.

Um comentário:

  1. Oi Petta,

    Logo postarei um comentário mais pertiennte ao assunto, mas de imediato penso que, Estados que tenham e que lucram com a indústria bélica, de médio a longo prazo, provavelmente não conseguirão se sustentar, devido ao buraco interno produzido pelo excesso de investimentos nesta área, ao invés de ser na infra-estrutura social - educação e pesquisas afins, por exemplo.

    Um estudo do livro Ascensão e Queda dos Grandes Impérios - P. Kennedy, cabe bem nesta questão.

    Abr.,
    Leandro

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