segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Entenda a Crise na Grécia.


A Grécia como qualquer Estado, cumpre funções de Estado, e essas funções custam $$$.
Para pagar estas funções, o Estado grego arrecada impostos entre seus cidadãos e desta forma tem dinheiro para gastar. Muitas vezes o Estado gasta mais do que arrecada, então, este não tem outra alternativa para obter dinheiro a não ser pedindo empréstimos ao banco, e desta forma, o Estado tem o dinheiro que precisa para gastar. O que acontece é que normalmente o dinheiro que o banco empresta não é do banco, é do público que coloca o seu dinheiro no banco. O público escolhe por deixar o dinheiro no banco porque neste será agregado uma taxa de juros, que como exemplo, vamos falar em 2,5%. O banco agrega uma porcetagem acima deste juros, vamos falar em 0,5%, e este dinheiro chega para Grécia em 3%. Desta forma, esta tem novamente o dinheiro para gastar nas funções de Estado.
O fato da Grécia a todo momento pedir dinheiro emprestado, significa que ela de alguma forma vai ter que aumentar os impostos para arrecadar mais dinheiro para pagar o dinheiro que pediu emprestado + os juros. Isso não tem nada de errado, o mundo funciona assim, desde sempre os Estados deram dinheiro emprestado aos bancos para financiar os gastos e estes empréstimos foram pagos com impostos.
O que aconteceu foi que a Grécia exagerou e gastou muito, e foi pedindo dinheiro, mais e mais, até o momento que o banco começa a não querer emprestar mais dinheiro para a Grécia porque se por algum motivo a Grécia não pagar, o banco não conseguiria pagar para o público dele, o banco teria que pagar do "bolso" dele e desta forma teria prejuizo. Quando isso acontece, o risco da Grécia aumenta, os investidores param de emprestar dinheiro. Quando um Estado chega neste patamar, a única alternativa é buscar um tipo de investidor "especial" que goste de risco. Estes investidores emprestam, contudo, eles demandam uma taxa de juros ainda maior, o que era 2,5%, agora é 3,0/3,5%, e esse dinheiro vai chegar a Grécia em 3,5/4,0%. Conforme a Grécia vai aumentando as despesas, o custo de financiamente vai aumentando também. Existe uma outra alternativa quando o país tem muito risco, que o banco contrate um seguro de crédito. Este seguro trabalha da seguinte maneira: Se acontecer um evento em que a Grécia não paga, o seguro paga, desta forma, o banco tem o dinheiro para retornar os impostos que ele tomou do público. O problema é que este seguro também custa, mas de qualquer forma a Grécia aceita, porque é a única alternativa que ela tem.
Se depois de tudo isso as despesas da Grécia continuarem aumentando, esta fará novamente uso dos mesmos mecanismos, e conforme vai aumentando a demanda, a taxa de juros vai aumentando também, o preço do dinheiro vai aumentando, então, o custo da Grécia financiar os gastos, as despesas do Estado vão aumentando gradativamente, e o risco vai aumentando.
Usando dados reais, o valor do juros que está chegando á Grécia é em média de 7% ao ano.
Enquanto a Grécia está tomando dinheiro a 7%, o banco central europeu vende esse dinheiro a 1%, o FED (EUA) vende á 0,25, na Inglaterra á 0,50...
Isto é o que está acontecendo com a Grécia!

O Poder é conquistado por meio de conflito e não apenas através de meios financeiros.



Os Estados unidos não perdem Hegemonia!
O conceito de hegemonia não é exclusivamente um conceito economico, mas também político, cultural, forma de trabalhar a economia e a segurança.

Temos que olhar na perspectiva de poder e não apenas econômica e financeira.
Os Estados estão constantemente competindo.
O sistema continua se expandindo.
O MUNDO AINDA TRABALHA NA PERSPECTIVA DO JOGO DE PODER E NÃO NO JOGO ECONOMISTA DAS TROCAS.
Os Estados vivem constantemente disputando e acomulando poder! e não apenas acumulando riqueza.
Se a unidade de conta continua sendo o dólar, os títulos da dívida pública são a representação deste poder.
Se no período Bretton Woods a unidade de conta já era importante, quem dirá agora aqueles que compram papéis que representam a dívida deste Estado, ao fazer isso, estamos dando ainda mais poder a este Estado (EUA)!
Um título público é um papel de uma dívida de um governo, que quem compra, está emprestando para este governo, portanto, acumulação de poder.
Em todo o sistema financeiro circula papéis da dívida pública.
Isso é poder! Poder americano.
Como já dizia Fiori, o poder tem que ser sempre fluxo e nunca estoque, ou seja, temos que que estar constantemente competindo para mostrar que temos poder.
É em momentos de guerras que vemos qual Estado tem poder e qual Estado não tem.
E em momentos como o atual que não temos guerras?
Como mostramos o nosso poder?
Disputando em outras areas, sejam elas financeiras, economicas, desvalorizando e valorizando o dólar, aumentando as taxas de juros, colocando títulos da dívida pública no mercado financeiro, levando a economia a crise quando seu Estado entra em crise, fazendo as pessoas, os Estados sentirem o quanto sua moeda é importante, fazendo a China perceber que ela só é o que é hoje, só cresceu o que cresceu até hoje, porque existe um Estados Unidos no sistema.
Os títulos mais seguros são os títulos da dívida pública norte americana.
No momento em que existir outro título mais seguro, aí podemos começar a dizer que os Estados Unidos estão perdendo hegemonia.
Enquanto existir contratos indexados ao dólar, os EUA vão continuar sendo hegemonicos na area financeira.
Os Estados Unidos já chegaram em um patamar onde não da mais para crescer, mas eles precisam arrumar uma forma de demostrar seu poder, não podem se tornar um império, porque um Estado imperial tem o seu poder estocado, não cresce mais, não demonstra mais o quanto é hegemonico.
Os Estados Unidos não querem estocar seu poder, para isso sempre procurar competir.
Por isso é preciso ter uma China, como foi preciso ter um Japão nos anos 80.
Por quê os países sempre salvam o dólar?
Porque as suas economias dependem do dólar.
Os países crescem em dólar!
3 trilhoes da reserva da China é em dólar e não em yuan.
Outro fator para mostrar que a China é o que é por causa dos Estados Unidos.
Se os Estados unidos cai, a China cai junto.
O mundo depende do dólar.
É como se os Estados Unidos dissessem: A moeda é nossa, mas o problema é de vocês!
É exatamente isso.
Se os Estados Unidos entram em crise, ele leva outros tantos Estados a crise com ele. Isso é poder!
Para haver uma mudança de poder, tem que existir um Estado tão competitivo quando o Estado americano.
Isso pode acontecer?
Isso só acontecerá se houver um conflito bélico.

O país que é Hegemonico pode ser deficitário!




Um país hegemônico não deve se importar com o balanço de pagamentos, pois este não é um problema para quem tem hegemonia, e este Estado hegemonico também não tem a menor chance de não pagar uma dívida externa.
Por quê?
Porque a dívida é paga em moeda nacional, e esta moeda é tambem internacional.
Este risco zero permite que ele através da sua taxa de cambio acabe determinando a política monetária internacional.
O país hegemonico tem uma autonomia que nenhum outro país tem.
A taxa de juros em um Estado onde a moeda é internacional (neste momento, os Estados Unidos)é determinante. Taxa de juros é preço de uma moeda, o preço por não consumir, por eu poupar, como dito por Keynes.
O que os Estados Undiso fazem com a taxa de juros para diminuir a liquidez internacional?
Aumentam, assim diminui a quantidade de dólar e a moeda norte americana volta a valorizar.
O deficit no balanço de pagamentos norte americano não é um problema. A sua moeda é a unidade de conta deste deficit. Se os Estados Unidos (ou qualquer outro país hegemonico) for deficitário, a economia mundial cresce. Para o mundo, é vantajoso o país hegemonico (EUA) ser deficitário. O dólar passou a ser uma moeda fiduciária.
O que faz manter a estabilidade do dólar e o poder americano?
O padrão dólar flexível, padrão norte americano unilateral, elevação das taxas de juros, e tudo isso somado a uma onda de inovações tecnologicas no mercado financeiro e na desregulamentação dos serviços e produtos financeiros.
E as crises?
São fundamentais para manter a estabilidade norte americana.
O dólar tem 2 liberdades que antes da década de 70 não tinha. Quais são elas?
1 - o deficit no balanço de pagamentos não é mais um problema;
2 - A taxa de juros americana passa a determinar as relações entre as moedas e o dólar, e não mais as reservas em ouro.

domingo, 27 de novembro de 2011

Padrão Dólar Flexível - Fim do Modelo Bretton Woods

A hegemonia norte ameriana após o fim do modelo Bretton Woods - Primeira metade da década de 70

O dolar deixar de ser fixo não significa que ele não é mais confiável, que será substituido por outro ativo como unidade de conta e meio de troca, e não significa que existem ativos mais seguros que o dólar.
Existe um ativo mais seguro que o dólar? Não!
Sendo assim, os Estados Unidos não estão perdendo hegemonia.
O câmbio no padrão dólar flexível é determinado via taxa de juros, a entrada e a saída de capital é controlada pela taxa de juros, ou seja, a taxa de juros agora é mais importante que a taxa de cãmbio.
Quem usa juros? O banco central.
Como coordenar e administrar o cãmbio? Via Banco central com taxa de juros.
O padrão dólar flexível é caracterizado pela insegurança, gerada pelo câmbio flutuante e a desregulamentação de mercado.
O que é mais seguro hoje? Títulos da dívida pública norte americana.
Por quê? Porque é o único lugar que temos a certeza que teremos o dinheiro de volta.
O dólar deixa de ser uma moeda com finalidade de entesouramento.
Por quê? Justamente porque o sistema é instável.
O dólar é a divisa chave nas transações comerciais, contratos indexados ao dólar.
Quais os fatores principais para se trabalhar com dólar? A liquidez internacional, o dólar proporciona acesso aos diferentes mercados; o sistema financeiro dos Estados Unidos é o principal e o mais desenvolvido espaço de valorização e reprodução do capital financeiro, e os titulos da divida publica norte amewricanas sao os mais nobres do mercado.
Qual o principal papel do dólar como moeda financeira? Servir de indexador contratual.
Faz sentido eu comprar títulos, emprestar para um país que está perdendo hegemonia? Não, por isso é fato que os Estados Unidos não estão perdendo hegemonia.
A retomada da hegemonia americana e a nova financeirização capitalista são as duas faces do mesmo processo, resultado das políticas do próprio governo norte americano, amadurecidas quando seu poder parecia estar em decadência.
Em 1979 Paul Volcker eleva a taxa de juros, esta foi uma decisão tomada unilateralmente, política chamada de "diplomacia do dólar forte". Federal reserve (FED) passa a controlar as linhas de crédito do sistema nacional e internacional.
Por quê FED adotou esta medida? Houve uma reunião no SFI onde todos os países pressionaram os Estados Unidos para desvalorizar o dólar, contudo, para os Estados Unidos isto era um problema único e exclusivamente deles. Sendo assim, Volcker toma a decisão de elevar a taxa de juros.
Quais foram as consequencias desta ação? O dólar valoriza, outras moedas desvalorizam, os países que possuiam dívida externa baseada em dólar ficaram ainda mais endividados porque vão precisar de mais moeda estrangeira para pagar a mesma quantia da dívida, com isso, mais dinheiro entra no território norte americano, diminui a liquidez internacional. A economia mundial entrou em recessao.
O sistema de crédito interbancário cresceu.
Os Estados Unidos retomam a hegemonia monetária.
A crise força os países do G7 a um ajuste recessivo.
o Japão está totalmente dolarizado e compra dólar para continuar no mesmo patamar.
A retomada da hegemonia norte americana não se dá apenas pela valorização da taxa de juros, mas pela diplomacia das armas, investimento americano na OTAN, tecnologia militar.
A HEGEMONIA ECONOMICA É IMPORTANTE, MAS ELA SOZINHA NÃO SE SUSTENTA! É PRECISO PODER MILITAR E FINANCEIRO.
O mundo está comprando o tesouro norte americano, financiando o governo dos Estados Unidos, o governo Regan, a diplomacia das armas e o crescimento militar.
NÃO É POSSÍVEL GARANTIR HEGEMONIA APENAS PELO DÓLAR FORTE!
Fim da guerra fria e a globalização financeira.
Os juros continuam elevados até o ano de 1985.
depois de 1985 e até o ano de 1989, há uma desvalorização do dólar, os juros começam a cair.
Por quê isto ocorreu? Porque os Estados Unidos precisavam induzir outros países a crescerem em dólar.
Desvalorização do dólar = valorização de outras moedas. Aumenta a liquidez internacional, pois o mundo precisa ficar dependente do dólar, amarração de quem tem dívidas em dólar, assim, todo o sistema de crédito começa a crescer sem nenhum tipo de controle.
Os Estados Unidos aumentam a dívida pública = colocam títulos no mercado.
Eles deveriam arrecadar mais do que gastar. Por quê não fazem isto? Porque existem pessoas financiando a dívida norte americana, o tesouro norte americano, consumidores e investidores norte americanos.
A política economica norte americana a partir dos anos 80 passam a ser referência internacional, os bancos vão adotar políticas só depois que verem o que o FED faria.
DIPLOMACIA DO DÓLAR FORTE E DIPLOMACIA DAS ARMAS CAMINHAM JUSTAS!
Financeirização.
Significa dizer que estamos tratando de um período onde a taxa de câmbio passa a ser flutuante e o indicador relevante é a taxa de juros.
Como ganhar dinheiro neste sistema? No mercado financeiro! Não é na relação de troca, é em ativos financeiros, ações, papéis vinculados aos títulos da dívida pública norte americana.
A europa não poderia criar nenhum tipo de barreira economica, pois caso contrário, esta não cresceria.
Por quê? Porque ela cresce baseada no dólar, financiada em dólar, isto é o mais a encomoda.
Quem não paga a dívida pública norte americana só tem a crescer menos, pois ela não atrapalha, ela resolve, salvou centenas de bancos norte americanos, europeus. É melhor salvar os bancos ou ter equilíbrio fiscal?
A desvalorização do dólar de 1985 a 1989 foi forçada pelo FED, traduzindo em uma decisão do G-7: Acordo Plaza e acordo Louvre.
O Acordo Plaza foi fechado em setembro de 1985 no hotel Plaza, em Nova York, pelos representantes do então G-5 (EUA, Alemanha, Japão, França e Reino Unido). Este acordo era para coordenar a política economica dos países mais industrializados e atacar as forças protecionistas, mas sobretudo, reduzir o valor do dólar.
Já o acordo de Louvre procurou conter os excessos dos vendidos em dólar e estabilizar as taxas de câmbio. Foi assinado pelo G-6 (EUA, Alemanha, Japão, França, Reino Unido e Canadá) em 1987 em Paris.
1989 - 1996: Desestruturação da URSS e dos países de sua influência, reunificação da Alemanha com elevados custos para o marco alemão, política monetária norte americana é afrouxada unilateralemente para manter o dólar desvalorizado frente ao marco alemão e ao leme.
A FINANCEIRIZAÇÃO: A MOEDA E OS ATIVOS FINANCEIROS QUE ACABAM DETERMINANDO O TAMANHO DO CRESCIMENTO DA ATIVIDADE ECONOMICA. A RIQUEZA FINANCEIRA PASSA A SER A DETERMINANTE DA ATIVIDADE ECONÔMICA.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Moeda Internacional

Moeda internacional é uma moeda hegemônica, que é de confiança e bem aceita por todos os atores no cenário comercial internacional.

Para um Estado ter sua moeda como uma moeda internacional, concomitantemente este Estado precisa ser hegemônico. Ser um Estado hegemônico é ter território, população, exército forte, economia consolidada, uma moeda forte e confiável, e equilíbrio no balanço de pagamentos.

Há dois momentos em que tivemos moedas internacionais de fato: No final do século XIX e início do XX com a Libra esterlina e a partir desta data com o Dólar.

Para os economistas, não existe uma relação de poder por detrás da moeda, sua função é apenas para meio de troca e reserva de valor. O que muitos não sabem é que a moeda tem um condicionante político, a unidade de conta, esta que está totalmente direcionada ao Estado – pensamento dos cartalistas – o sistema não é mais monetário e sim financeiro, pois temos todos os tipos de papel e títulos comercializados (mercado acionário – compramos ações da Petrobrás na Alemanha, EUA...) compramos no mercado de commodities papeis vinculados a produtos agrícolas, petróleo, metais, o mercado financeiro trabalha com títulos de dívida pública, inclusive moeda, portanto, esta se torna um ativo financeiro. O sistema monetário único e exclusivamente com transações de moedas vão perdendo seu espaço na medida em que os bancos ganham espaço, o que faz a moeda passar a ser um ativo financeiro.
A moeda internacional é extremamente necessária, por exemplo, em uma transação entre Brasil e China, eu não posso pagar minha dívida em real e nem receber em Yuan, é preciso uma moeda internacional para fazer a transação, ou seja, o dólar.
O euro pode se tornar uma moeda internacional? NÃO! Pois esta não tem um Estado por detrás, e se não fosse a Alemanha, essa moeda já não existiria mais.
Assim como para um Estado ter sua moeda como moeda internacional ele precisa ser hegemônico, um Estado nunca se tornaria hegemônico se sua moeda não fosse internacional, sendo assim, a China nunca se tornará uma potência global, uma vez que esta não tem sua moeda nacional reconhecida internacionalmente.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Crítica á Joanna Spear - Arms and Arms Control



Spear, uma especialista em assuntos internacionais, diretora da Elliott, uma escola de estudos políticos, ao falar sobre segurança internacional pós guerra fria, afirma que a corrida armamentista foi necessária para promover um novo conceito para a segurança coletiva internacional e para a regulamentação da queda de braços entre os Estados. A proposta de controle de armas tinha como princípio a coexistência pacífica dos Estados em uma nova ordem mundial, agora multipolar.
Proliferação de armas é um assunto atualmente muito discutido na agenda internacional, pois esta idéia de diminuição do armamento nuclear promoveu a idéia de monopólio coletivo do poder bélico internacional. De acordo com Spear, este monopólio de segurança estaria no poder das superpotências e dos membros do conselho de segurança, pois estes tinham a permissão do uso da força para a resolução de conflitos internacionais. Os esforços para conter o avanço dos armamentos nucleares ocorrem porque o crescimento destes por meio de indústrias bélicas e a fabricação de armas de destruição em massa, geram o desequilíbrio e a insegurança para o sistema internacional. Contudo, há uma contradição neste ponto, pois alguns dos conflitos ocorridos no pós Guerra Fria foram alimentados por armas comuns (pequeno porte).
Um dos fatores que fazem com que o empenho dos Estados em políticas de desarmamento nuclear seja ineficaz é devido ao choque de interesses entre as políticas de segurança internacional e os lucros que geram a venda de armas de destruição em massa.
Com o fim da Guerra Fria e o modelo de segurança coletiva, diminuiu relativamente a possibilidade de haver um conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética, mas estes continuavam sendo os maiores detentores de armamento nuclear, e devido a este fato ficou muito difícil acreditar que esta relativa paz era possível. Como explica Spear, com a nova ordem mundial, para os Estados detentores desse tipo de armamento, a proliferação deveria acontecer apenas na forma vertical, somente para aprimorar o armamento já existente, já a proliferação em escala horizontal, ou seja, aquisição ou aumento do estoque de armas por parte dos Estados deveria ser contida.
Logo, a questão central é a importância que as armas nucleares têm em garantir a soberania dos Estados e a segurança internacional e se agora no século XXI o gerenciamento de controle de armas ainda pode ajudar prevenindo os conflitos e promovendo canais de comunicação entre os Estados. De um lado temos as superpotências, detentoras das armas de destruição em massa, e de outro lado, Estados inseguros procurando adquirir armas para se protegerem. Devido a insegurança do sistema internacional, este ciclo nunca vai acabar, os Estados que se sentem ameaçados devido a algum acontecimento relevante, para garantirem sua segurança e sua soberania irão cada vez mais aumentar seu poderio bélico. É possível dizer que hoje não existe um órgão internacional capaz de fazer um controle de armas, e se existisse seria falho, alem de aumentar o contrabando de armas.